Wednesday, January 14, 2009

Legalize

Eu, como programador low rider que sou, ouvo sempre ac/dc durante os momentos em que estou no trabalho. Já quando saio do trabalho gosto de algo mais light, algo como canibal corpse ou slayer por exemplo. O que eu não aturo de fato é pagode, ô som chato! Pra começar, nunca ouvi falar em um pagodeiro famoso que se matou, eu sei quais tentaram, mas todos erraram o tiro!

Voltando falar sobre que eu gosto, dia desses fui em uma casa de shows em São Paulo, não vou citar o nome porque realmente não lembro por conta do excesso de bebida assimilado neste dia. Entrando no local, para iniciar, dei uma volta na casa, tem área pra tudo que é gosto, do velho rock and roll ao bom e amado thrash metal.

Resolvi ficar na área legalize aonde estava rolando um som mais leve para os meus ouvidos. Tudo corria bem na noite, muita bebida, muitos foras, telefones errados e muito rock, até que chegou a polícia. Naturalmente, eu fui junto com a rapaziada da área legalize pra DP. Então todos tiveram que explicar para o delegado o que faziam ali na área naquele momento. Claro, a resposta mais criativa foi a minha: "Estava ali para peidar. Não é legalize? Que mal tem?" expliquei. O delegado não teve como refutar minha explicação então me indicou a cela dos assassinos ao invés de ficar na cela dos viciados!

Nesta cela eu praticamente comi o pão que o arquiteto amassou! Dor mi em um chão tão imundo quanto o do meu AP, e fui obrigado a tomar um banho antes de ser liberado. Tudo bem dormir no chão, mas banho! Pra quê? Não sou cachorro oras!!!

Dentro da cela conheci um detento, ele me falou que estava ali sob acusação de homicídio doloso e me perguntou se o termo era dado a alguém omisso. Expliquei: "A origem do termo vinha do latim "hominis excidium", que consiste no ato de uma pessoa matar outra não de forma sem querer sabe!". Claro, tentei explicar sem ofender. Ele entendeu. Assim ficamos amigos.

Então ele
resolveu contar sua estória triste. Contou que estava ali porque teve uma namorada que ele amava muito, e ele havia sido o primeiro homem de sua vida (sua refere-se a menina e não a você caro leitor). Disse-me que toda vez que eles transavam ela marcava um X no canto superior esquerdo das folhas do diário dela. "Uma foda, um X, outra foda, outro X, era assim que fuincionava". Explicou-me. Certa vez ele disse que viu um Y lá. "Uma foda, um X, outra foda outro X... O que faz um Y lá?" Perguntou-me. Sem me dar tempo para responder ele me disse que noutro dia encontrou um Z lá. "Uma foda, um X, outra foda, outro X. O que fazia um Z ali?" Eu apenas engoli a saliva que entrou difícil garganta a baixo.

Diz ele que seguiu a namorada até o escritório, esperou até a hora do almoço, a viu entrando em um carro com outra pessoa, enfim seguiu os dois. Contou que o carro que ele seguia entrou em um motel às doze e trinta, saiu exatamente às quatorze horas. Seguiu o carro de volta, o carro parou, então os ocupantes entraram na empresa novamente. Ele aguardou mais, infinitos giros do relógio. Às dezoito horas ele vê novamente sua namorada entrar em um carro com a mesma pessoa. Partiram novamente. Novamente ele segiu o carro, novamente os dois foram pra um motel, entraram exatamente às dezoito horas e quinze minutos, sairam às dezenove e dez.

Disse-me ele que voltou pra casa, esperou o pai voltar, contou-lhe a mesma estória e quando sua mãe chegou em casa ele deu dois na tiros testa dela. Disse ele que foram tiros de advertência. Eu não retruquei!

Juro, nunca mais entro em uma área legalize. Nunca mais.

Programador satânico.